Auxiliar Administrativo

Bem vindx à segunda aula do curso de Contabilidade!

Na última aula estudamos as primeiras Teorias Administrativas desenvolvidas, conhecidas como Teorias de Sistema Fechado. Neste primeiro momento não houve preocupação com a análise dos fatores externos às empresas, como a concorrência, clientes e o ambiente.

Além disso, as Teorias Clássicas apresentam micro visões do ambiente interno de uma organização, focando em aspectos específicos do contexto geral, como o processo produtivo (Taylor e Ford), a departamentalização (Fayol) e a organização dos processos (burocracia Weberiana).

Para resolver estas discrepâncias e sintetizar as teorias clássicas foram desenvolvidas as Teorias de Sistema Aberto.

Simbora, meu povo!


Sumário da Aula

  1. Teoria Estruturalista
  2. Teoria de Sistemas
  3. Teoria Contingencial
  4. Resumo
  5. Exercícios
  6. Referências Bibliográficas

Teoria Estruturalista

Um de seus mais importantes teóricos estruturalistas, Amitai Etzione considerava a organização como “um complexo de grupos sociais cujos interesses podem ou não ser conflitantes”. Dessa maneira, essa teoria buscou “complementar” ou sintetizar as teorias anteriores (clássicas e humanas), pois acredita que aquelas focavam apenas em partes do todo. Desta forma, a ideia principal foi considerar a organização em todos os aspectos como uma só estrutura – integrando todas as “visões” anteriores.

Para os estruturalistas, a sociedade moderna seria uma Sociedade de Organizações. O homem dependeria dessas organizações para tudo (trabalho, consumo, diversão, etc.) e desempenharia, em cada uma delas, uma série de “papéis” diferentes.

Assim, apareceu o conceito de Homem Organizacional, aquele que desempenha diversos papéis nas diversas organizações.

O homem organizacional era o indivíduo idealizado para compor o cenário industrializado e com alta rotatividade que se formava naquela época, era preciso que os funcionários entendessem que em nome da empresa ele precisaria ser capaz de adiar ou abdicar de seus interesses, ser flexível diante dos diversos papéis que ele poderia exercer dentro das organizações.

A Teoria Estruturalista propôs diferentes concepções das organizações. Alvir Gouldner propôs a existência de 2 modelos diferentes de organizações: as naturais e as racionais.

O modelo racional seria baseado no controle e no planejamento. A ideia era a de um sistema fechado, com pouca incerteza e preocupação para com o “mundo externo” à organização.

Já no modelo natural existe a noção de que a realidade é incerta, ou seja, há fatores externos às organizações que não podem ser previstos. A própria organização é um conjunto de órgãos e setores inter-relacionados e interdependentes. Assim, é um modelo que se preocupa com as “trocas” com o ambiente externo, ou seja, é um modelo de sistema aberto.


Teoria de Sistemas

A Teoria dos Sistemas na Administração – TGS – foi derivada do trabalho do biólogo Ludwig von Bertalanffy.

Um sistema, de acordo com Bertalanffy, é um conjunto de unidades reciprocamente relacionadas para alcançar um propósito ou objetivo.

Assim, a Teoria dos Sistemas acolheu o conceito no qual as organizações são sistemas abertos, ou seja, que trocam continuamente energia (ou matéria-prima, informações etc.) com o meio ambiente.

Não podemos entender uma organização sem saber o contexto em que ela opera (mercado). Do mesmo modo, uma organização é a soma de suas partes (gerência de marketing, gerência de finanças etc.) e uma área depende da outra – o conceito de interdependência.

Dessa forma, o administrador deve ter uma visão do todo! De como as áreas da organização interagem e quais são as interdependências.

Os principais conceitos da Teoria dos Sistemas são:

1) Entrada: se relaciona com tudo o que o sistema recebe do ambiente externo para poder funcionar (matéria prima, funcionários, influências do Mercado).

2) Saída: é o que o sistema produz. Uma saída pode ser: energia, uma informação, um produto etc.

3) Feedback: é o retorno ou resposta sobre o que foi produzido, de modo que o Sistema possa se corrigir ou modificar. O feedback pode ser positivo, quando há uma boa resposta/recepção a uma saída; ou negativo, quando não há uma boa resposta àquilo que foi produzido.

4) Caixa-preta: este conceito está relacionado à necessidade das empresas manterem para si, em segredo muitas vezes, sua estrutura interna de funcionamento. Não temos como saber analisando somente as entradas (matéria-prima) e saídas (produtos) do sistema os processos que ocorrem em seu interior (organização interna da empresa).


Teoria Contingencial

Para a Teoria Contingencial, não existe uma “fórmula mágica” para se resolver os problemas das organizações. Cada situação pede uma resposta diferente. Assim, tudo é relativo. Tudo depende.

A palavra contingência significa algo incerto ou eventual, que pode suceder ou não; refere-se a uma proposição que só pode ser conhecida pela experiência e pela evidência e não pela razão.

Ou seja, antes que um administrador possa determinar qual é o “caminho” correto para uma empresa, é necessária uma análise ambiental (estudo) levando em conta fatores como o tamanho da empresa, o mercado e sua estrutura. Os fatores devem, sempre, ser levados em conta para se delimitar um curso de ação.

Dessa forma, para a Teoria Contingencial não há uma única maneira de se alcançar um objetivo, pois há sempre fatores internos (variáveis dependentes) e externos (variáveis independentes) envolvidas no processo. Analisar e estudar a importância de todos os fatores e a delimitação das contingências é essencial para delimitar um plano de ação.

Uma importante consequência da Teoria Contingencial no mundo organizacional é a criação de organizações em rede. Este ambiente é uma rede formada por diversas organizações interligadas, tornando o processo de produção mais flexível e com menor número de variáveis.

Por exemplo, o mercado automobilístico é formado por diversas montadoras, oficinas, seguradoras, fábricas de peças etc. Assim, em vez de a empresa verticalizar sua produção e “fazer tudo sozinha” – como comprar uma indústria e contratar funcionários – faz-se um contrato com um parceiro que passa a cumprir essa função.

Se a demanda mudar e o produto não for mais desejado pelos clientes, a mudança estratégica seria mais fácil (é mais fácil cancelar um contrato do que demitir milhares de funcionários, não é verdade?). Assim, passa-se a focar em um menor número de variáveis para o bom funcionamento de uma organização, e flexibiliza-se todo o processo.


Resumo

  • As Teorias de Sistema Aberto buscaram levar em consideração fatores externos, como concorrência e clientes no contexto da Administração de Organizações.

  • A Teoria Estruturalista afirma que a sociedade moderna é uma sociedade de organizações, na qual o homem cumpre diferentes papéis (família, amigos, trabalho, religião) e deve, muitas vezes, adiar ou abdicar a interesses em nome das organizações (especialmente as empresas), devendo ser um Homem Organizacional.

    • Para sintetizar as ideias das teorias clássicas, Gouldner (Teoria Estruturalista) propõe a existência de 2 tipos de organizações: as racionais (que não levam em consideração os fatores externos à organização) e as naturais (preocupa-se com as relações da organização com o mundo externo).
  • A Teoria dos Sistemas leva em consideração o contexto de operação de uma organização (mercado) e a interdependência de todas suas partes/setores, bem como as entradas (tudo o que a organização recebe do ambiente externo), saídas (tudo o que é produzido) e feedbacks (críticas, comentários e elogios recebidos) que o sistema está sujeito.

  • A Teoria Contingencial afirma que não há fórmulas mágicas para se resolver os problemas de uma organização pois há sempre fatores internos (variáveis dependentes) e externos (variáveis independentes) envolvidas no processo. Analisar e estudar a importância e interdependência de todos os fatores é essencial para se delimitar um plano de ação.

    • Uma importante consequência da Teoria Contingencial no mundo organizacional é a criação de organizações em rede. Este ambiente é uma rede formada por diversas organizações interligadas, tornando o processo de produção mais flexível e com menor número de variáveis.

Exercícios

  1. Explique as diferenças entre os conceitos: Homo economicus, Homem Social e Homem Organizacional.

  2. Diferencia modelo natural de modelo racional.

  3. Explique a relação entre o sucesso de uma empresa com sua preocupação com o feedback.

  4. Pesquise e diferencie as estratégias de gestão horizontal e vertical. Pesquisa, també, outros exemplos da utilização de organizações no mercado.

  5. Contextualize as Teorias estudadas (sistema aberto e fechado) com este vídeo.


Referências Bibliográficas

BACARJI, Alencar Garcia. Formação Incial e Continuada Auxiliar Administrativo. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2012. Disponível em https://bit.ly/2vZG4Y5. Acesso en 20 de mar. de 2020.

BÄCHTOLD, CIRO. Contabilidade Básica. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2012.Disponível em https://bit.ly/342pLX5. Acesso en 20 de mar. de 2020.

GULLO, J. Administração: Para quem estuda, ensina e pratica. São Paulo, Bom Dia, 2006. 147 p

OLIVO, Ana Maria; BOSCHILIA, Luiz. Contabilidade geral e gerencial: conceitos introdutórios para os cursos superiores de tecnologia. Florianópolis: Publicações do IF-SC, 2012. 102 p. : il.

RENNÓ, R. Administração Geral para Concursos. Rio de Janeiro, Elsevier, 2013.