Resumo
Tendo em vista o papel social da educação como processo de desenvolvimento e preparo do educando para o exercício da cidadania e qualificação profissional, deve-se ressaltar a importância da gestão pessoal como meio para estes objetivos.
Neste contexto, a apresentação de ferramentas e modelos que propiciem ao educando reconhecer-se como capital humano para as mais diversas organizações sociais e planejarem o seu crescimento pessoal mostra-se vital como estratégia educacional.
Desta forma, buscando contribuir com estas discussões, apresentou-se no decorrer do curso livre de Auxiliar Administrativo ministrado no CNI – Centro de Formação Profissional Unidade Centro/B H, uma série de ferramentas, modelos e técnicas para o desenvolvimento e avaliação de um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) baseado no modelo de Planejamento Estratégico Pessoal (PEP) do autor canadense Sam Koshy.
Este trabalho foi desenvolvido em N etapas distintas, e posteriormente avaliado em 3 momentos:
- apresentação dos planejamentos individuais;
- avaliação, após 12 meses, dos resultados obtidos individualmente pelos alunos; 3.
Discussão dos resultados gerais.
Objetivos
Identificar a confiabilidade de testes online auto-avaliados para o desenvolvimento do auto-conhecimento;
Utilizar o modelo de Koshy (2005) para desenvolver o PDI dos alunos;
Hipóteses Testadas
Hipótese H0: os testes avaliados apresentam um bom nível de confiabilidade (Alpha de Cronbach);
Hipótese H1: os resultados dos testes condizem, de maneira fidedigna, com a auto-descrição e auto-avaliação dos voluntários;
Hipótese H2: os resultados dos diferentes testes apresentam boa concordância;
Metodologia
Conhece-te a Ti mesmo e conhecerás todo o universo e os deuses, porque se o que procuras não achares primeiro dentro de ti mesmo, não acharás em lugar algum.
Baseado nesta máxima apolínica, iremos construir a primeira etapa deste trabalho por meio de uma análise pessoal possibilitada por 2 ferramentas bastante utilizadas, documentadas e difundidas.
A primeira ferramenta proposta é o Teste MBTI, mais conhecido como Teste das 16 Personalidades.
Este teste baseia-se na Teoria de Tipos Psicológicos desenvolvida pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung na década de 1920, e mais tarde adaptada por Myers e Briggs no Inventário de Personalidades hoje conhecido como Myers-Briggs Type Indicator ou MBTI.
Esta teoria, junto aos testes a ela associados, permitem traçar definições precisas sobre a personalidade e tipologia das pessoas, bem como auxiliar no Processo de Individuação, em que ocorre o auto-conhecimento por meio da descoberta de suas próprias disposições e funções psíquicas mais inconscientes (RAMOS, 2005).
Para fins deste trabalho, os alunos deverão realizar 3 testes online, baseados no MBTI. Estes testes foram especificamente escolhidos devido a clareza presente nos mesmos sobre a metodologia e as teorias utilizadas como base para sua construção, bem como a relação dos resultados dos mesmos com as do Instrumento MBTI;
Cada um destes teste irá retornar um tipo de personalidade baseado nas respostas que você deu às perguntas. Como foram feitos diferentes testes é possível que os resultados de cada um tenha sido ligeiramente diferentes.
Os 16 tipos de Myers e Briggs são identificados cada um por quatro letras. Cada letra desta sequência está relacionada a uma característica da personalidade do indivíduo.
A primeira letra (E ou I) refere-se à disposição principal, que está relacionada com um comportamento extrovertido (E) ou introvertido (I).
A segunda letra da sequência (S ou N) se relaciona à função de percepção, ou seja, a maneira pela qual a pessoa percebe o mundo ao seu redor, utilizando somente as sensações (S) ou intuições (N).
A terceira letra se refere à função de julgamento, isto é, a principal maneira que a pessoa tende a tomar decisões, por pensamento (T) ou sentimento (F).
A quarta, e última letra da sigla se refere ao estilo de vida, ou seja, o modo que a pessoa aborda conscientemente o mundo externo, por julgamento (J) ou percepção (P).
Para conciliar os resultados (possivelmente diferentes) dos 3 testes feitos, você deverá preencher, no caderno, a seguinte tabela:
Teste | Disposição Principal (E ou I) | Função de Percepção (S ou N) | Função de Julgamento (T ou F) | Estilo de Vida (P ou J) |
---|---|---|---|---|
Teste 16 Personalities | ||||
Teste Inspiira | ||||
Teste IDRlabs | ||||
RESULTADO MÉDIO |
Esta tabela deverá ser preenchida conforme os resultados de seus relatórios em cada site, conforme o exemplo abaixo:
Teste | Disposição Principal (E ou I) | Função de Percepção (S ou N) | Função de Julgamento (T ou F) | Estilo de Vida (P ou J) |
---|---|---|---|---|
Teste 16 Personalities | I | N | F | P |
Teste Inspiira | E | N | F | J |
Teste IDRlabs | I | N | F | J |
Repare no exemplo acima que os 3 testes tiveram resultados diferentes. No entanto, em relação aos itens Percepção e Julgamento todos eles apresentaram o mesmo resultado.
Em relação aos itens Disposição e Estilo de Vida, no entanto, houveram variações entre os testes. Mas, ainda assim, em cada caso houve um fator que se repetiu, no mínimo 2 vezes. Vamos utilizar este fator como referência para o nosso resultado.
Teste | Disposição Principal (E ou I) | Função de Percepção (S ou N) | Função de Julgamento (T ou F) | Estilo de Vida (P ou J) |
---|---|---|---|---|
Teste 16 Personalities | I | N | F | |
Teste Inspiira | N | F | J | |
Teste IDRlabs | I | N | F | J |
RESULTADO MÉDIO | I | N | F | J |
Após preencher a tabela você deverá preencher um formulário contando sua experiência pessoal com estes testes. Os resultados serão discutidos em sala de aula.
Conforme afirma RAMOS (2005), devido a complexidade inerente à natureza dos tipos psicológicos junguianos, uma análise diagnóstica correta de sua natureza só pode ser realizada por profissionais com experiência teória e prática na área. No entanto, o autor ressalta que a posse de conhecimentos, ainda que intermediários, sobre o assunto pode traçar algumas definições e insights sobre a própria tipologia.